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sábado, 9 de novembro de 2013

TDAH (Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade) - Caraterísticas


ASPETOS A CONSIDERAR
1.    As manifestações comportamentais geralmente aparecem em múltiplos contextos, incluindo a própria casa, a escola, o trabalho ou situações sociais. Para fazer o diagnóstico, algum prejuízo deve estar presente em pelo menos dois contextos. É raro um indivíduo apresentar o mesmo nível de disfunção em todos os contextos ou dentro do mesmo contexto em todos os momentos.

2.    Os sintomas tipicamente pioram em situações que exigem atenção ou esforço mental constante ou que não possuem um apelo ou novidade intrínsecos (por ex., ouvir os professores, realizar trabalhos escolares, ouvir ou ler matérias extensas ou realizar tarefas monótonas e repetitivas).

3.    Os sinais podem ser mínimos ou estar ausentes quando o indivíduo se encontra sob um controle rígido, num contexto novo, envolvido em atividades especialmente interessantes, numa situação a dois (por ex., no consultório do médico) ou enquanto recebe recompensas frequentes por um comportamento apropriado.

4.    Os sintomas são mais prováveis em situações de grupo (por ex., no intervalo da escola, sala de aula ou ambiente de trabalho). Daí a importância de indagar, portanto, acerca do comportamento do indivíduo na variedade de situações, dentro de cada contexto.


Principais Características Diagnósticas:

·         Padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento.
·    Sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo devem ter estado presentes antes dos 7 anos, mas muitos indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas por alguns anos.
·       Sintomas devem estar presentes em pelo menos dois contextos (por ex., em casa e na escola ou trabalho).  A desatenção pode manifestar-se em situações escolares, profissionais ou sociais.
·   Existir claras evidências de interferência no funcionamento social, académico ou ocupacional.
·   O fracasso para completar tarefas deve ser considerado, ao realizar o diagnóstico, apenas se ele for devido à desatenção, ao invés de outras possíveis razões (por ex., um fracasso para compreender instruções).


ATIVIDADE E PARTICIPAÇÃO


  1.   Trabalho é frequentemente confuso e realizado sem meticulosidade nem consideração adequada. Possui dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas e consideram difícil persistir em tarefas até seu término.
  2.    Mudanças frequentes de uma tarefa inacabada para outra, não atendem a solicitações ou instruções e não conseguem completar o trabalho escolar, tarefas domésticas ou outros deveres.
  3.     Possui dificuldade para organizar tarefas e atividades. As tarefas que exigem um esforço mental constante são vivenciadas como desagradáveis e acentuadamente aversivas. Evitam ou têm forte antipatia por atividades que exigem dedicação ou esforço mental prolongados ou que exigem organização ou concentração (por ex., trabalhos escolares ou burocráticos), por dificuldades com a atenção, e não devido a uma atitude oposicional primária (embora uma oposição secundária possa também ocorrer).
  4.    Os hábitos de trabalho frequentemente são desorganizados e os materiais necessários para a realização da tarefa com frequência são espalhados, perdidos ou manuseados com descuido e danificados. São facilmente distraídos por estímulos irrelevantes e habitualmente interrompem tarefas para dar atenção a ruídos ou eventos triviais que em geral são facilmente ignorados por outros (por ex., a buzina).
  5.    Frequentes mudanças de assunto, falta de atenção ao que os outros dizem, distração durante as conversas e falta de atenção a detalhes ou regras em jogos ou atividades.
  6.   A hiperatividade pode variar de acordo com a idade e nível de desenvolvimento do indivíduo, devendo o diagnóstico ser feito com cautela em crianças pequenas. Os bebés e pré-escolares com TDAH diferem de crianças ativas, por estarem constantemente irrequietos e envolvidos com tudo à sua volta; sobem ou escalam móveis, correm pela casa e têm dificuldades em participar de atividades sedentárias em grupo durante a pré-escola (por ex., para ouvir uma história). As crianças em idade escolar exibem comportamentos similares, mas em geral com menor frequência ou intensidade do que bebés e pré-escolares. Elas têm dificuldade para permanecer sentadas, levantam-se com frequência, como que prontas para se levantarem. Manuseiam objetos inquietamente, batem com as mãos e balançam pernas e braços excessivamente. Com frequência levantam-se da mesa durante as refeições, enquanto vêm televisão ou enquanto fazem os deveres de casa; falam em excesso e podem fazer ruídos durante atividades tranquilas. Em adolescentes e adultos, os sintomas de hiperatividade assumem a forma de sensações de inquietação e dificuldade para envolver-se em atividades tranquilas e sedentárias.
  7.   A impulsividade manifesta-se como impaciência, dificuldade para protelar respostas, responder precipitadamente, antes de as perguntas terem sido completadas, dificuldade para aguardar sua vez e interrupção frequente ou intrusão nos assuntos de outros, ao ponto de causar dificuldades em contextos sociais, escolares ou profissionais. Outros podem queixar-se de dificuldade para se expressar adequadamente. A impulsividade pode levar a acidentes (por ex., derrubar objetos, colidir com pessoas, segurar inadvertidamente uma panela quente) e ao envolvimento em atividades potencialmente perigosas, sem consideração quanto às possíveis consequências (por ex., andar de skate em um terreno extremamente irregular).


DSM IV - Manual Estatístico Diagnóstico de Transtornos Mentais, 4ª edição

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