- Trate o aluno disléxico com naturalidade. A última coisa para a qual o diagnóstico deveria contribuir seria para (aumentar) a sua discriminação.
- Use linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele. Muitos têm dificuldade para compreender uma linguagem (muito) simbólica, metafórica. Seja simples, utilize frases curtas e concisas ao passar instruções.
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- Fale olhando diretamente para ele. Isso ajuda, enriquece e favorece a comunicação.
- Traga-o para perto do quadro e da mesa do professor. Tê-lo próximo pode favorecer o diálogo, facilitar o acompanhamento, facultar a orientação, criar e fortalecer novos vínculos...
- Verifique sempre e discretamente se ele demonstra estar a entender a sua exposição. Ele tem dúvidas a respeito do que está ser o objeto da aula? Ele consegue entender o fundamento do que está a ser tratado? Ele está a acompanhar o raciocínio, a explicação? Repita sempre que preciso e apresente outros exemplos, se for necessário.
- Certifique-se de que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas. O que, quando, onde, como, com o quê, com quem, em que horário, etc. Não economize tempo para constatar se ficou realmente claro para o aluno o que se espera dele.
- Observe discretamente se ele copiou o que estava no quadro e de maneira correta antes de apagá-la. O disléxico tem um ritmo diferente dos não-disléxicos, portanto, evite submetê-lo a pressões de tempo ou competição com os colegas.
- Observe se ele se está a integrar com os colegas. Geralmente, o disléxico angaria simpatias entre os companheiros. Suas qualidades e competências são valorizadas, o que lhes favorece o relacionamento. Entretanto, a sua inaptidão para certas atividades escolares (trabalhos em grupo, etc.) pode levar os colegas a rejeitá-lo nessas ocasiões. O professor deve evitar situações que evidenciem esse fato. Com a devida distância, discreta e respeitosamente, deve contribuir para a inserção do disléxico no grupo-classe.
- Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro. O disléxico tem sempre uma história de frustrações, sofrimentos, humilhações e sentimentos de menos valia, para qual a escola deu significativa contribuição. Cabe, portanto, a essa mesma escola, ajudá-lo a resgatar sua dignidade, a fortalecer seu ego, a (re) construir sua auto-estima.
- Sugira-lhe “dicas”, “atalhos”, “maneiras de fazer”, “associações”... que o ajudem a lembrar-se de, a executar atividades ou a resolver problemas.
- Não lhe peça para fazer coisas na frente dos colegas, que o deixem na berlinda: principalmente ler em voz alta.
Atenção: em geral, o disléxico tende a lidar melhor com as partes do que com o todo. Abordagens e métodos globais e dedutivos são-lhe de difícil compreensão. Apresente-lhe o conhecimento em partes, de maneira indutiva.
- Permita, sugira e estimule o uso de gravador, tabuada, máquina de calcular, recursos da informática...
- Permita, sugira e estimule o uso de outras linguagens.
Retirado de: PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA TRABALHAR COM ALUNOS DISLÉXICOS
Fabrícia Moraes
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