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sábado, 16 de novembro de 2013

Critérios para adaptação de avaliações no aluno com dislexia


·         Dê-lhe mais tempo para realizar a prova;
·       Elabore mais avaliações e com menos conteúdo, para que o aluno possa realizá-las num menor tempo.
Fonte: http://pt.depositphotos.com/
·       Considere que o disléxico já tem dificuldade para automatizar o código linguístico da sua própria Língua e mais ainda em relação à estrangeira.
·     Não acumule conteúdos para começar a aplicar as avaliações. Ao contrário, aplique-as amiúde, de acordo com a progressão dos estudos, dando mais oportunidades aos alunos e evitando a acumulação de conteúdos a serem estudados. Para os disléxicos é preferível mais avaliações com menos conteúdo em cada uma delas.
·         Sempre que possível, prepare avaliação individualizada. O ideal é que os instrumentais de avaliação sejam elaborados de acordo com as suas características.
·         Se for idêntica à dos colegas: Leia os enunciados em voz alta, certificando-se de que ele compreendeu as questões; durante a prova preste-lhe a orientação necessária para que ele compreenda o que está a ser pedido; respeite o seu ritmo permitindo-lhe, quando necessário, que a conclua na aula seguinte ou em outro lugar na escola (biblioteca, sala de grupo);
·    Ao corrigi-la, valorize não só o que está explícito como também o implícito e adapte os critérios de correção à sua realidade;
·        Não faça anotações na folha da prova (sobretudo juízos de valor);
·       Não registe a nota sem antes retomar a prova com ele e verificar, oralmente, o que ele quis dizer com o que escreveu;
·       Pesquisar, principalmente, sobre a natureza do(s) erro(s) cometido(s): ex.: Não entendeu o que leu e por isso não respondeu corretamente ao solicitado? Leu, entendeu, mas não soube aplicar o conceito ou a fórmula? Aplicou o conceito (ou a fórmula), mas desenvolveu o raciocínio de maneira errada?  Em outras palavras: em que errou e por que errou?
·       Dê ao aluno a opção de fazer prova oral ou atividade que utilize diferentes expressões e linguagens.  Exigir que comunique o que sabe, levante questões, proponha problemas e apresente soluções exclusivamente através da leitura e da escrita é mau; é, sobretudo,  negar-lhe um direito   – natural –   de comunicar, de criar e de expressar-se livremente.
·         Avaliações que contenham exclusivamente textos, sobretudo textos longos, não devem ser aplicadas;
·     Utilize uma única fonte, simples, em toda a prova (preferencialmente “Arial 11” ou Times New Roman 12), evitando-se misturas de fontes e de tamanhos, sobretudo as manuscritas, as itálicas e as rebuscadas;
·         Dê preferência a avaliações orais, através das quais, em tom de conversa, o aluno tenha a oportunidade de dizer o que sabe sobre o(s) assunto(s) em questão;
·    Não indique livros para leituras paralelas. Quando necessário, proponha outras experiências que possam contribuir para o alcance dos objetivos previstos: assistir a um filme, a um documentário, a uma peça de teatro; visitar um museu, um laboratório, uma instituição; recorrer a versões em quadrinhos, em animações, em programas de informática;
·      Ofereça uma folha de prova limpa, sem rasuras, sem riscos ou sinais que possam confundir o leitor;
·    Ao empregar questões falso-verdadeiro: Construa um bom número de afirmações verdadeiras e em seguida reescreva a metade, tornando-as falsas; evite o uso da negativa e também de expressões absolutas; construa as afirmações com bastante clareza e, aproximadamente com a mesma extensão; inclua somente uma ideia em cada afirmação;
·         Ao empregar questões de associações: Trate de um só assunto em cada questão; redija cuidadosamente os itens para que o aluno não se atrapalhe com os mesmos;
·    Ao empregar questões de preenchimento de espaços: Use somente um espaço, no máximo dois, em cada frase; faça com que a lacuna corresponda à palavra ou expressão significativas, que envolvam conceitos e conhecimentos básicos e essenciais - também chamados de “ferramentas”, e não a detalhes secundários;
·         Conserve a terminologia presente no livro adotado ou no registo feito em aula.

Possui dificuldade em descodificar o texto; em interpretar a mensagem; tende a ler e a interpretar o que ouve de maneira literal. Assim sendo:

  • Utilize linguagem clara, objetiva, com termos conhecidos;
  • Elabore enunciados com textos curtos, com linguagem objetiva, direta, com palavras precisas e inequívocas (sem ‘duplo’ sentido);
  • Procure deixar as questões ou alternativas com a mesma extensão;
  • Evite formular questões que possuem negativas;
  • Trate de um só assunto em cada questão;
  • Se for indispensável à utilização de um determinado texto, subdivida o original em partes (não mais do que cinco ou seis linhas cada uma);
  • Divida um “grande” texto, do qual decorre uma “grande” questão, em “pequenos” textos acompanhados de suas respetivas questões;
  • Recorra a símbolos, sinais, gráficos, desenhos, modelos, esquemas e assemelhados, que possam fazer referência aos conceitos trabalhados;
  • Não utilize textos científicos ou literários (mormente os poéticos), que sejam densos, carregados de terminologia específica, de simbolismos, de eufemismos, de vocábulos com múltiplas conotações... Para que o aluno os interprete exclusivamente a partir da leitura. Nesses casos, recorra à oralidade;
  • Evite estímulos visuais ‘estranhos’ ao tema em questão;
  • Se utilizar figuras, fotos, ícones ou imagens, ter atenção para que haja exata correspondência entre o texto escrito e a imagem;
  • Leia a prova em voz alta e, antes de iniciá-la, verifique se os alunos entenderam o que  se espera que seja feito;
  • Destaque claramente o texto das respetiva(s) questão(ões).
Possui dificuldade para reconhecer e orientar-se no espaço visual; na memória visual e/ou auditiva (o que lhe dificulta ou lhe impede de automatizar a leitura e a escrita). Assim sendo:
  •  Observe as direções da escrita (da esquerda para a direita e de cima para baixo) em todo o corpo da avaliação.
  • Repita o enunciado na(s) página(s) seguinte(s), sempre que for necessário;
  • Não elabore avaliações que privilegiem a memorização de nomes, datas, fórmulas, regras gramaticais, espécies, definições, etc. Quando tais informações forem importantes, forneça-as ao aluno (verbalmente ou por escrito) para que ele possa servir-se delas e empregá-las no seu raciocínio ou na resolução do problema;
  • Privilegie a avaliação de conceitos e de habilidades e não de definições;
  • Permita-lhe que utilize a tabuada, calculadora, gravador, anotações, dicionários e outros registros durante as avaliações;
  • Instruções curtas e simples (e uma de cada vez) evitam confusões;
  • Elabore questões em que o aluno possa demonstrar o que aprendeu completando, destacando, identificando, relacionando ou reconhecendo informações ali contidas.

Retirado de: PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA TRABALHAR COM ALUNOS DISLÉXICOS
Fabrícia Moraes


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