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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

“As crianças têm o direito a descobrir que os melhores brinquedos das crianças são os pais.”

“As crianças têm o direito a descobrir que os melhores brinquedos das crianças são os pais.”, disse Eduardo Sá a propósito da sua “reinvenção” dos direitos das crianças. Os pais (ou cuidadores) são assim outra das peças fundamentais do vértice do triângulo que define a base da dinâmica do brincar. Não é simplesmente porque são pais, ou porque partilham caratéres biológicos; mas porque são eles que transmitem as bases fundamentais de segurança e de noção dos limites, que são as ferramentas essenciais para que a criança explore o mundo das pessoas e dos objetos, para que aprenda brincando/ experimentando o que existe à sua volta ("segurança" e "limites" é muito mais do que "regras", como veremos mais à frente). E são as brincadeiras e dinâmicas que se estabelecem nos primeiros anos de vida (aqueles em que os pais estão mais presentes na vida da criança – quantitativa e qualitativamente) as que marcam mais significativamente a aquisição destas ferramentas. São os pais que provocam os primeiros risos (e o prazer daí decorrente); que mostram novos brinquedos e objetos; que chamam à atenção para os pormenores das coisas; que ajudam a descobrir as maravilhas dos cinco sentidos; que abraçam quando as crianças se assustam, quando aparece uma saudade, ou simplesmente quando apetece; que vão a correr sempre quando há um choro; que mostram as diferentes emoções e como lidar com elas; que cuidam quando há um “dói dói”; que garantem que um “estranho” é ou não de confiança; que mostram os limites da segurança; que ensinam que as coisas têm nome e que respondem aos primeiros “porquê”; que incentivam os primeiros desafios (físicos – começando nos primeiros passos; cognitivos – resolver os “quebra-cabeças” dos primeiros brinquedos; e sociais – a introdução aos outros meninos no parque) e que mostram que pode haver mais do que uma maneira para resolver um problema (e que esse “problema” não é o “fim do mundo”; e que mostram que há coisas que se podem fazer e outras que não se podem fazer (e que isso ajuda em muitos aspetos da vida).

A maior parte destas coisas acontece sem pensarmos muito nisso, no dia-a-dia. Se pensássemos (se planeássemos a nossa maneira de estar com os miúdos), faríamos certamente muitas delas de forma diferente, provavelmente mais adequada ao que realmente desejamos para as nossas crianças - mas nem sempre é fácil compatibilizar isto com o stress das nossas vidas pessoais. É por isso que lhe sugerimos, para terminar, que faça uma experiência: sempre que tiver oportunidade para brincar reserve um minuto no final, para pensar como correu aquela “experiência”; será que é mais fácil mostrar aos pequenotes os princípios de vida que você deseja, no meio duma brincadeira? Se sim, já sabe: brinque mais; se não: brinque na mesma… porque brincar sabe bem e faz bem!

Eduardo Sá

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