Um dos problemas que podem surgir na avaliação das crianças com surdez é a não existência de comunicação verbal, então devemo-nos centrar na comunicação não-verbal. A avaliação deve contemplar:
- Intencionalidade comunicativa – se inicia ou responde às interacções, dirigindo-se a alguém; que se pode avaliar pelo contacto ocular ou físico, gestos (apontar), vocalizações e verbalizações;
- Funcionalidade – podem ser descritas 3: instrumental-reguladora (satisfação de necessidades – solicitar objectos, acções ou protestar), interacção social (chamar a atenção – exibir-se, obter a atenção para si, pedir permissão e saudar) e atenção conjunta (manutenção da atenção – faz comentários ou dá informações);
- Participação na actividade dialógica – envolvimento na interacção comunicativa;
- Meios de comunicação – se utiliza gestos indicativos, representativos (dão-nos informação sobre a sua capacidade simbólica), vocalizações articuladas ou não-articuladas e idiossincrasias, associadas entre si ou a palavras;
- Habilidades práxias articulatórias e buco-faciais – pede-se à criança que execute movimentos de lábios, língua, face e articulatórios;
- Nível de compreensão – reconhecimento de palavras, locuções e orações, associado à capacidade de evocar os objectos, actos e relações que aquelas palavras, locuções e orações representam e analisar o comprimento médio do enunciado;
- Postura comunicativa dos pais – para além das características inerentes ao desenvolvimento global da criança, também o meio onde se encontra inserida tem um papel preponderante no desenvolvimento da linguagem oral.
REFERÊNCIAS:
Hage, S. R.V. (s.d.). Avaliação fonoaudiológica em crianças sem oralidade.
Novaes, B.C.A. C. & Balieiro, C.R. (2004). Terapia fonoaudiológica da criança surda. In: Ferreira, L.P., Befi-Lopes, D. & Limongi, S.C.O. (Org.). Tratado de fonoaudiologia. São Paulo, Roca, pp.732-739.
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